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Sólidos
No tempo das’águas, no em antes, do ano passado
andei quase a virar passarinho.
Um átimo da minha vocação
de borboleta ou morcego foi que faltou.
Desvoei!
Mas meu medo de menino,
medo ancestral da queda, amoleceu-me.
Desdesenhadas minhas asas tortas
recolhi as penas e a pena.
Despoetei-me!
Arrasto-me lagarto desde então.
Encaramujei minhas vontades
e liberdades receosas. Parado no ar
caindo de pedra e chumbo,
Gravitacionei.
Publicado na Revista Escritores - 261 - Ano XXII - abril/2016 - Clube de Escritores de Piracicaba (SP)