domingo, 31 de maio de 2015

terça-feira, 26 de maio de 2015

Meus Poemas Preferidos IX


Fonte: estalodotempo.blogspot.com

Canto Torto

Minha poesia não dá ponto sem vírgula
ou nó, sem laçada, como nos meu sapatos
de menino, gastos de escrever caminhos
nas folhas sem pautas do meu passado
almaço, em que requestei a vida.

Minha canção - e meu destino -, composta
em dó(r) maior, singulares tons de cinza
se azuis me fossem, infâncias
e infâmias douradas, doidas, doídas
desbotadas de guri arteiro, vibrátil
que flertava com a morte.

Minha pintura abstraída nos concretos
tatuagens que me fez a vida, em cicatrizes e psicoses.

Talvez, porque escreva torto em linha certas.

sexta-feira, 22 de maio de 2015

Poemas Classificados XXXV


Fonte: pt.forwallpaper.com

Restituição

De leis imutáveis que se compõe a vida
em que a dor e o tormento geram mais tormento e
é para o mar que a água faz sua investida,
cesteiro que tece um cesto tece um cento.

Embora, no lodo, o lírio venha à vida,
não brotará em nenhum momento
numa alma inumana, cruel e ressequida.
Cesteiro que tece um cesto tece um cento.

Sequer viverá em paz ou terá guarida,
quem concebe o caos e gera o sofrimento.
A restituição em sua justa medida:
cesteiro que tece um cesto tece um cento.

Jamais se receberá soma indevida
das mãos de Deus no divinal julgamento,
não se há de querer a paga imerecida.
Cesteiro que tece um cesto tece um cento.

Esta é a suprema lei que norteia a vida:
a cada um conforme seu merecimento.
Verdade divina, jamais corrompida.

Cesteiro que tece um cesto tece um cento.

Classificado para a antologia "Livro de Ouro da Poesia Contemporânea - Edição Especial - 2015 - Câmara Brasileira de Jovens Escritores (CBJE)" - maio/2015

Poemas Classificados XXXIV


Fonte: www.blogodorium.com.br

Classificados

Troco: Carta de alforria
por anel de noivado
e promessas recalcitrantes.

Espelho, espelho meu
por maçã envenenada
à luz de velas.

Casa de seis cômodos
por casulo de incertezas
e uma dose de ópio.

Caderno de poemas
por um cigarro, antes
de um uísque, depois...

* Classificado para a antologia "Explode Coração - poesias - Edição Especial 2015 - Câmara Brasileira de Jovens Escritores (CBJE) - Rio de Janeiro (RJ) - abril/2015." 

* Publicado na antologia on line do mesmo concurso.



quinta-feira, 21 de maio de 2015

Poemas Classificados XXXIII


Fonte: www.arcadja.com

Ofertório

Um amor plebeu é que ofereço
em cântaros de barro rústico
e alguidares e gamelas de madeira
pobre, branca sem cerne; servido.

É um amor assim insulso
sem esplendores de martírios
ou renúncias merecedoras de créditos
sussurrado em esquinas suspeitas.

Um amor pequenino, pecaminoso
purulento e mesquinho, sem méritos,
grão de areia, cisco no universo
dos grandes amores. É só isso!

Nada mais carrego nos bolsos,
nos alforjes ou coração
somente semente, já chocha,
bem pouco provável que vingue.

É mínimo, ínfimo, mísero
mas se queres, toma-o para ti:

É chavo, mas todo teu!

* Classificado para a Antologia de Poetas Brasileiros Contemporâneos - 125 - Câmara Brasileira de Jovens Escritores (CBJE) - abril/2015

* Publicado na antologia on line do mesmo concurso.

Poemas Classificados XXXII


Fonte: isaminatel.wordpress.com

Solidez

Não me afianço das coisas palpáveis
ao alcance das mãos e da transmutação.
Meu devoluto coração no aguardo
de sementes e fé, conduz-me e me seduz
ao escuro e profundo abismo dos abismos,
saltar!
Minhas alpercatas de trafegar sonhos
caminham sozinhas se me atrelo
à desilusão da inércia.
Pranteio os meus segundos perdidos
no labor do não-iludir-me, dessonhando.
A amordaçada criança interior, neste exterior carcomido
geme por libertar-se.
só me garanto na volatilidade do efêmero,
na quimera instantânea,
sólida como as asas da borboleta,
densa como o sopro do vôo da libélula.

Que seja livre, pois que do sonho

é que é feita a vida!

Classificado para a Antologia de Poetas Brasileiros Contemporâneos - 126 - Câmara Brasileira do Jovem Escritor (CBJE) - Rio de Janeiro (RJ) - maio/2015

sexta-feira, 1 de maio de 2015

Meus Sonetos - IV


Fonte: www.igp-sports.com.br

Panaceia

Cuidar que se mantenha acesa a chama,
fazer brotar, da bruta pedra, a flor
e em se iludindo, se esquivar da dor,
é este o desafio inglório de quem ama.

O coração, de amor, tanto se inflama,
que nos cremos cativos deste horror, e
nesta confusão se chega a supor
ter presa, a vida, nas mãos de quem se ama.

Mas o amor (veneno) se faz alento
balsâmico lenitivo e tônico
suavizante para todo o tormento.

E não existe mal agudo ou crônico
de que o amor atuando como unguento
não suavize num espírito agônico.



Poema dos 47 anos - VI



Fonte: ultimosegundo.ig.com.br

Mata Fechada

Sob a copada das árvores
tatu não diferencia
se é "de noite" ou se é "de dia"!