sexta-feira, 29 de setembro de 2017

Textos Classificados 2017 - 017 (N.º 594 - Ano IV)



O Amor e Seus Reflexos

Ajustamos uns olhares de horas marcadas. Ela, tamponada na janela do quarto da sala, eu, de passagem apressada – modos de correição – como quem ia de compromissos e urgências. Mas qual? Pura vadiagem de menino-homem ainda frango, querendo ensaiar os primeiros cantos de galo.

Assim foi que dei os primeiros passos em terrenos de mulher, em barra de “barra de saia”, em negócios de fêmea. Conforme é muito fácil o percebimento, neste longe ainda não conhecia corpo e gosto de mulher, galalauzinho que eu era. Mas para aprender a ser homem basta o faro. Não carece professor, receita, mapa... nem bússola.

Passa tempo...

Tempo passa e aquilo engrossou o caldo feito mingau em fogo baixo e ganhou patentes e liberdades. A moça iniciou tecidos de muitas agulhas e teias, sentada à porta com os joelhos à mostra. Quem me visse zanzando ali e acolá dizia que eu estava em trabalhos de muitos cargos, cargas e encargos de fiscalização, tantas vezes perneava aquela rua, bem medida, aos passos lentos e curtos, rápidos e longos, com paradas estratégicas.  Certa vez deixei flor mimosa e sem espinhos, colhida na hora, feito bandeira, no mourão da cerca do quintal. Dia seguinte no lugar da flor, em bilhete perfumado, com florezinhas caprichosamente desenhadas e letra redondoza, a palavra: Bobo! – Quase nem acredito. Até hoje...

Num domingo de festas, padres e botinas lustrosas, na fila da comunhão, a moça deu três pancadinhas de dedos no meu cangote e falou:

--Licença!

Fiquei uma semana alisando o lugar que ela me tocou – como uma revoada de mil e mais mil borboletas – a mão da donzela.

Tempo passa...

Passa tempo e o perfeito das alegrias não foi ainda nascido para coração de homem. Pelo menos não para coração de homem pobre. A menina de meu bem querer se jogou de cabeça, trecos e tecidos, em noivado de supetão com um primo lá dela. Rendeu até falatório e coisa e tal. Ele, recém chegado da Mina de Morro Velho, amontado em besta brilhosa, bailarina e barulhenta e, carregando nas costas, além da corcunda, estabilidade de aposentadoria precoce, movida por mal sem cura de pleura, pulmão e fígado. Seco, amarelo e chiador feito peixe-tolo, mas com histórias de uns cobres sobrando na algibeira e ainda mais nos bancos. Diz-se que até talão de cheques. Arrebatou a moça e meu coração. Ela, para o altar e cama de cabeceira alta e, aquele, para o limbo dos corações e paixões desfeitas a força e fórceps. Bebi juras de vingança e morte em copos grandes, “amarrei o lote”, bambeei valentia de garrucha velha e enferrujada na cinta. Nem atirava mais, capaz que. Até que Zé Prefeito, velho sábio e cego de um olho, mas que enxergava mais que toda a nossa gente junta, chamou-me às falas e me segredou conselhos:

--Deixa estar que isto não dura um nada. Nem um mijinho de gato. O rapaz é roncolho e tem pulmão não. A moça larga logo. Ou, mais certo das certezas, é que fica viúva. Viúva e com os cobres do desbagado. Ai você aproveita.

Embirrei. Engoli e vomitei fel de mágoa. Quem que o cego velho pensava que eu fosse? Cachorro pidão? Tatu de cemitério? Anu branco? Matava! Matava e pronto! Mas, semana e meia, depois de mais cinco bebedeiras e explanação de raivas e iras sem fim, atrelei o caso na estaca do esquecimento.

Passa tempo...

Tempo passa e casamento marcado, casamento rezado. Nem bem mês e meio, me chegou por mãos de alcoviteira, carta da desposada prima do mandi. Sem perfumes e nem florezinhas, letras agarranchadas. Mas trazia propostas de gordas safadezas, num papel de embrulhar carne manchada de banha de porco. Isso, dizia:

“Segunda o marido viaja a negócio. Volta só na quarta. Vou fazer um buraco na cerca no fundo do quintal, debaixo do pé de coité e deixar a porta da cozinha só encostada.”

A última réstia de sol daquela segunda flagrou-me  feito lobisomem rondando os fundos da casa do casal, em busca dos fundos da moça. E, a primeira luz da terça-feira ainda me pegou na “rapação” com a mulher do roncador. Mas aquilo aumentou minha revolta: a moça reclamou de tristezas e saudades, amor e outras queixas. Desejei ligeiro e raivoso mil mortes dolorosas e lentas do rival, sem contudo, ser eu a segurar na mão da Pantasma que o levaria para as profundas.

Entretanto, na presença do regalo farto e fácil, degluti a rebelião e esbanjei na tarefa, de eito e empreitada, de sujar, nos lençóis da menina, o nome e a honra do sujeito ladrão dos amores da gente. Este gozo durou pouco mais de meio ano, porém.  Numa segunda, tarde da noite, o ofendido em honra chamou a mulher dele na porta da sala e eu, saí pela da cozinha... Escapei por milagre e mira ruim, do tiro de garrucha que me relampejou na cara e a passou a centímetros de minha orelha esquerda que me deixou surdo por dias e mais dias e, meio mouco, até hoje.

Daí que estou até hoje, 30 anos depois e mais umas tantas quaresmas, correndo do roncolho, feito o diabo, da cruz. E o mandi, ao que me consta, contam e passam recibo, está sem pressa nenhuma de dar seus ossos.  Tempo passa...

Passa tempo. E o tempo é hoje, do agorinha mesmo. Soube deles por novidadeiro de minha terra. Diz que a moça tomou tanto gosto pela safadaria que nunca mais largou do ofício de enfeitar a testa do chiador e que o marido ainda não trabalhou na mira lá dele, já errou mais de dúzia e meia de tiros nos amantes de sua senhora.  Se é roncolho, só Deus, os médicos e a mulher é quem podem dizer. Mas, ao que tudo indica, a mulher é manina, pois nunca tiveram um filho. Nem dele e nem doutros. Estão felizes e em paz!

Conto classificado no PRÊMIO MARIA JOSÉ MALDONADO DE LITERATURA – 2017 da AVL – Academia Volta-redondense de Letras de Volta Redonda (RJ), em 26/9/17.

quinta-feira, 28 de setembro de 2017

Textos Publicados 2017 - 057 (N.º 593 - Ano IV)



Causos do Anedotário Mineiro





“O que agrada moça é carinho e o que agrada velho é café.” (Tião Carreiro e Pardinho, in DITADO SERTANEJO)





O mineiro, especialmente o do interior, é um poeta por excelência. Nosso anedotário e causos são sempre recheados de poesia e uma boa dose de filosofia também. Um exemplo disso é a queixa que aquele solteirão fazia quando via um magote moças:


“Quanta mandioca prantada


E tanta farta de farinha,


Tanta moça prendada


E meu facão sem bainha.”





Ou daquele tropeiro que chegando ao pouso - no tempo em que haviam pousos e tropeiros – ao verem belas meninas na janela, rapa a goela para empostar a voz e recita:


Pranta, cói e limpa


Torra, soca e coa


O café da morena


É que é coisa boa.”


As meninas, não gostando da poesia, ousadia ou da cara do infeliz tropeiro, respondem à altura:


“Torra merda


E soca bosta,


Que é disto


Que tropeiro gosta.”





Daquele senhor já avançado em anos e problemas eréteis, reclamando da vida da dura, ou antes, da falta de rigidez:


“Quando eu era frango novo


Comia mío na mão.


AI! Hoje sou galo véio


E bato com o bico no chão.





Beber é uma arte quando o sujeito é de fato um apreciador da branquinha e de mão no copo o levanta à altura dos olhos e declara seu amor:


“Felizbina, Felizbela


Moça bonita e bela.


me joga na poera, danada!


Mas eu te jogo na goela.”





Uma excelente semana a todos com amor e poesia.  



Publicação semanal em minha coluna FIEL DA BALANÇA do blog OCEANO NOTURNO DE LETRAS - Rio de Janeiro (RJ), em 25/9/17.


quarta-feira, 27 de setembro de 2017

Trajetória Literária 2017 - 024 e Poemas Publicados 2017 - 146 (N.º 592 - Ano IV)


Divulgação do Lançamento do meu livro RÁIZES DE PÁSSARO e publicação do poema GAIOLAS em minha coluna PÍLULAS DE CULTURA no jornal FalaCMD - Ano X - n.º 34 - setembro/2017 - col. 1, 2, 3 e 4.

terça-feira, 26 de setembro de 2017

Textos Classificados 2017 - 016 (N.º 591 - Ano IV)


Mariposa. Foto: Francisco Ferreira.

O meu conto O AMOR E SEUS REFLEXOS foi um dos 15 classificados (o único do estado de MG) no PRÊMIO MARIA JOSÉ MALDONADO DE LITERATURA - 2017, da AVL - Academia Volta-redondense de Letras  de Volta Redonda (RJ).

https://www.avl.org.br/noticias/resultado-do-pmjml-2017-categoria-conto 

domingo, 24 de setembro de 2017

II Concurso IMPALPÁVEL POEIRA DAS PALAVRAS de Poesia - 2017



Ontem, as 23h59', terminaram os prazos para as inscrições no II Concurso IMPALPÁVEL POEIRA DAS PALAVRAS de Poesia - 2017. Adianto que já somos todos vencedores: Comissão Organizadora, Comissão Julgadora (que terá uma tarefa árdua e prazerosa pela frente, dado ao número de inscrições e a qualidade das obras concorrentes) e os próprios concorrentes. Efetivamos 461 inscrições de vários estados brasileiros, Portugal, Estados Unidos, Angola, Japão, entre outros. Nos próximos dias iremos divulgando mais dados relevantes.  
Agradecemos a todos os concorrentes pela confiança, pedimos desculpas por algumas falhas devidas principalmente à nossa condição humana e tempo escasso. Mas, se houve falhas, não foi por falta de amor à literatura e respeito aos concorrentes. OBRIGADO!  

Francisco Ferreira - Organizador

sexta-feira, 22 de setembro de 2017

Trajetória Literária 2017 - 023 (N.º 589 - Ano IV)




Espalhando Poesias! Falando de literatura para a turma do 5º ano da EE Daniel de Carvalho, da professora Suely. Muito feliz com o interesse e receptividade da turma.

quinta-feira, 21 de setembro de 2017

Trajetória Literária 2017 - 022 (N.º 588 - Ano IV)






Plano de Aula - Profesora: Rozânia Antônia dos Reis - Turma: 3º Ano do Ensino Fundamental - Escola Estadual Daniel de Carvalho - Conceição do Mato Dentro (MG) - Aula do dia 18/2/17. Duas de minhas trovas serviram de base para o aludido plano. 

segunda-feira, 18 de setembro de 2017

Textos Publicados 2017 - 056 (N.º 587 - Ano IV)



Arte: Ana Paula Utsch

Poesia e Ousadia





“Estou cansado de apenas ler sobre os feitos de homens melhores.” (George R. R. Martin, in Crônicas de Fogo e Gelo)





Próximo que estou do lançamento de meu primeiro livro autoral RAÍZES DE PÁSSARO que acontecerá em 30 de setembro (em meio à ansiedade que o evento está me provocando, a psoríase à mil dado à carga de stress dos preparativos, quase me deixando sem pele nas articulações dos cotovelos), mais do que nunca tenho me questionado: porque escrever? Tenho milhares de respostas a esta pergunta, mas nenhuma delas nunca me satisfez plenamente. E, justamente ontem, duas respostas novas se incorporaram às outras e, são as que melhor esclarecem. Quando postei o convite em grupos do facebook que tratam da história de minha cidade, um amigo de toda a vida, cumprimentou-me pela ousadia; depois, assistindo a um episódio de Game Off Thrones, ouvi a fala do personagem Samwell Tarly, que serve de epígrafe para esta crônica. Daí formulei a melhor resposta até o momento: escrevemos pela ousadia de não querermos apenas ler sobre os feitos de homens melhores, mas estarmos entre eles.


Sempre que me convidam para falar de literatura com alunos, principalmente dos anos iniciais, inicio as palestras sempre com a mesma fala: Quem aqui é poeta, levante a mão, por favor. Raramente alguém, a não ser eu, tem a ousadia de levantar a mão. Em seguida falo: Há alguém aqui que seja ou já tenho sido criança? E, quando todos se identificam como tal, digo-lhes que toda criança é poeta, pois é imaginativa, cria histórias e gosta de fazer jogos de rimas e, portanto, somos todos poetas ou já fomos um dia. Alguns têm a ousadia de continuar depois de jovens e adultos ou, o mais provável, não deixaram de ser crianças, ainda que apenas interiormente. Ser poeta é muito mais do que apor palavras em versos e rimá-las, de construir estrofes. Ser poeta é cultuar a beleza e o bem, é manter-se inocente apesar das maldades do mundo, é o exercício diário de manter a alma infantil. Sinto uma satisfação enorme em falar para estas crianças, pois uma das coisas que mais “mata” bons poetas é o viver longe de sua espécie. Lembro-me de quando era criança e já desenvolvia o gosto pela escrita, mas pensava que poetas eram seres de outra galáxia, daqueles que só tínhamos notícias. Para mim Drummond, Ferreira Gular, Adélia Prado eram deuses e portanto eu não teria acesso ao olimpo de onde eles provinham. É fundamental que a criança e o jovem que tenha inclinação para a escrita saiba que o moço da cara fechada que trabalha na escola em que eles estudam, que o morador da casa amarela com aquele monte de árvores na frente, que o sujeito que está na sua frente na fila do caixa ou bebendo no botequim perto da ponte é poeta. E um poeta razoável, com livro editado e tudo. Se não fizermos isto, vão pensar como eu pensava, que poetas são apenas os grandes e clássicos escritores de seus livros didáticos ou das bibliotecas da escola. Poetas somos todos nós, ou já fomos um dia. A alguns o que falta é  ousadia em continuar a sê-lo.


Uma ótima semana a todos, com muita poesia e ousadia.
P.S.: Convido-os todos para o lançamento de meu livro RAÍZES DE PÁSSARO, dia 30 de setembro de 2017 – no restaurante LA FATTORIA em Conceição do Mato Dentro (MG).

Crônica publicada em minha coluna FIEL DA BALANÇA do blog OCEANO NOTURNO DE LETRAS - Rio de Janeiro (RJ) em 18/9/17.

http://oceanonoturnodeletras.blogspot.com.br/2017/09/coluna-fiel-da-balanca_18.html 






domingo, 17 de setembro de 2017

Poemas Publicados 2017 - 145 (N.º 586 - AnoIV)



Participação na antologia PRÊMIO LITERÁRIO GALINHA PULANDO - 2014 - organizador: Valdeck Almeida de Jesus - Editora Galinha Pulando - Vitória da Conquista (BA) - 2015 - pag. 69, poema: GOLPE SECO.

http://static.recantodasletras.com.br/arquivos/5099570.pdf  

sexta-feira, 15 de setembro de 2017

De Amigos 2017 - 001 (N.º 584 - Ano IV)


Rosas. Foto: Francisco Ferreira.

Aonde f(l)ores, florescerás,
aromas, tu espalharás,
passarinhos atrairás
um "poeta-jardim",serás !"

(Clevane Pessoa)

Lindo poema da Escritora belorizontina CLEVANE PESSOA em minha homenagem, num comentário em minha página do facebook. Adorei a alcunha "poeta-jardim". Comovido e lisonjeado.



quinta-feira, 14 de setembro de 2017

Textos Publicados 2017 - 055 (N.º 583 - Ano IV)


Bico de Papagaio. Foto: Alzira Silva.

Justiça ou Vingança?



Sou aficionado de séries, sobretudo policiais, de ação e de época. Gosto de filmes dos gêneros citados e houve uma época em que também via novelas de época. E em quase todos - séries, filmes e novelas - o vilão sempre morre, invariavelmente assassinado ou em acidentes terríveis e espetaculares. Bom, partindo do pressuposto de que essas produções refletem o pensamento de seus telespectadores e alguns são de enorme sucesso, concluo que a maioria de nós não quer justiça, mas antes, quer vingança.  Isto é fácil de se comprovar no cotidiano quando as pessoas dizem que têm de matar o governo, o centroavante que perdeu o pênalti, o vizinho que nos incomoda com seu som alto ou a sua costumeira folga, o bandido que assaltou ou matou, o policial que no cumprimento de seu dever, por vezes extrapola. Enfim, não importa quem seja, a maioria de nós está sempre pensando em uma boa vingança contra alguém. E muitos transformam o desejo inicial em profissão de fé, devotam toda uma vida e alguns chegam a realiza-lo.

Mas porque a vingança e não a justiça? Há de fato um prazer mórbido em exterminar outro ser humano que cometeu um erro, seja lá de qual gravidade for? O culpado, se justiçado e bem justiçado, já não seria o suficiente para acalmar nossa sede de sangue e mutilações? Não se pode dar uma segunda chance? Eu sou contra toda e qualquer tipo de violência, principalmente da maior de todas elas que é o assassinato. Sob quaisquer pretextos. Creio que a ninguém é dado o direito de tirar, de quem quer que seja, aquilo que se não pode lhe dar ou restituir. E a vida, uma vez ceifada, ninguém pode restitui-la. Tem um ditado que reza que “a vingança é um prato que se come frio”, e nós, em nosso afã de comê-lo, enquanto o preparamos e esperamos que esfrie, vamos nos envenenando, adoecendo, nos auto martirizando até que não reste nada de humano em nós, apenas o lobo do homem.

Claro está que se gentileza gera gentileza, violência gera mais violência. Há casos, principalmente no interior, de famílias rivais que vêm se matando há séculos, sem encontrar, de fato a paz que a justiça proporcionaria e que a vingança, ao contrário, distancia. Vocês podem dizer-me que não há justiça em nosso país e eu concordo que ela seja tardia, inconfiável e falha, chegando em alguns casos, quando envolve sobrenomes famosos ou donos de fortunas, inclusive, inexistente. Mas daí a querer tomar a justiça nas próprias mãos e nos fazer de juiz e algoz, sem ofertar ao culpado a devida e necessária defesa, com isto eu não posso e nem vou concordar nunca. E só lembrando que a morte é o fim de tudo, é o fim do culpado, mas também do arrependimento; é o fim da vida, mas também da desonra. Mas, uma coisa ela não finaliza, pode ser o fim de quem nos causou o mal, mas não é o fim do mal em si e nem da nossa dor.

Uma excelente semana a todos com muito amor e justiça.


Publicação em minha coluna FIEL DA BALANÇA no blog OCEANO NOTURNO DE LETRAS – Rio de Janeiro (RJ), em 11/9/17.

quarta-feira, 13 de setembro de 2017

Trajetória Literária 2017 - 20 (N.º 582 - Ano IV)

Foto: Ana Paula Utsch (FalaCMD)

Foto: Francisco Ferreira.

Trovas de minha autoria em destaques no desfile da ESCOLA ESTADUAL DANIEL DE CARVALHO em comemoração à Independência do Brasil e como parte das comemorações do Centenário da Escola, em 7/9/17. 

terça-feira, 12 de setembro de 2017

Textos Classificados 2017 - 015 (N.º 581 - Ano IV)

Flor de Maracujá. Foto: Francisco Ferreira

Quando o chefão o convidou para a Festa dos Vermes, pensou em drogas, sexo e funk. Setenta e duas horas depois encontraram seu corpo. E a festa estava bombando.

21º Lugar na 4ª Semana do IV Prêmio Escambau de Microcontos, em 5/9/17.

http://escambau.org/2017/09/05/resultado-da-semana-4-iv-premio-escambau-de-microcontos/ 

segunda-feira, 11 de setembro de 2017

Textos Publicados 2017 - 054 (N.º 580 - Ano IV)


Flor de boldo. Foto: Francisco Ferreira,

Medicina Sertaneja

Aguamento

Uma das crendices mais enraizadas de nossa cultura é o aguamento. Diz-se que se uma criança, até os sete anos, ver alguém comendo algo e sentir vontade de comer, se não for satisfeito este desejo, ela água, agôa ou sente. Os sintomas em geral são: a criança se entristece, emagrece, começa a babar, o cabelo perde o viço e a nuca afunda, formando um onze (e uma vez formado o onze – os tendões ficam muito salientes – se não tratar, bate a caçuleta irremediavelmente). Se não for benzida ou não se fizer simpatias para curar o aguamento, a criança pode até morrer. Uma simpatia infalível para curar criança sentida é a seguinte: numa sexta-feira ir à casa de uma pessoa chamada Maria, levando consigo a criança com o incômodo e pedir assim:

− Dona Maria, me dá um tiquinho de comida, pelo amor de Deus!

E dar a criança para comer. Repete-se em mais duas sextas feiras.

Coice de Caldeirão

Na roça era costume comum entre as crianças e mesmo de alguns adultos de, às vezes, exagerarem numa comida de que gostávamos ou de algo de difícil digestão. E, invariavelmente, passávamos mal. Os pais diziam que a gente estava perrengue, de olho quebrado ou que havíamos levado coice do caldeirão. Raramente nos tratavam com drogas de farmácia, para estes males, o comum era tomar o chá da flor do mamão com bicarbonato de sódio. Apanhava-se três ou quatro flores do mamoeiro, lavava-as na água da bica e as cozinhava, ou colocava em infusão em água fervendo, quando o chá estava morno (ao ponto de não queimar a boca) adicionava-se um cabo de garfo de bicarbonato de sódio. Estava pronta a beberagem.
Aquelas crianças niquentas (e todas elas são) que não gostavam de tomar o chá, as seguravam, apertavam o nariz e quando abriam a boca para respirar, viravam-lhe o chá, à força, goela abaixo. Isto era o último recurso antes do piraí.

Gripes e resfriados:


A noite, antes de se deitar, tomar chá quente (muito usado o de folha de laranja ou hortelã), mingau ou queimadinho (açúcar queimada, com leite e canela) com um comprimido antitérmico e se agasalhar bem. Trocar todas as peças de roupas que se fizerem necessárias. No dia seguinte deve-se tomar cuidado para não apanhar friagem, tomar banho e lavar todas as peças de roupas, inclusive as da cama, para lavar a gripe.


Aguamento - Doença dos animais domésticos que lhes tolhe o uso das pernas e que consiste na inflamação do tecido reticular do pé, como consequência de excesso de trabalho ou resfriamento. Bras. Doença que, na crença popular, ataca as crianças impossibilitadas de comer o que mais lhes apetece.

Niquentas - pirracentas, manhosas, cheias de partes,

Piraí - chicote de couro cru.

Uma boa semana cheia de saúde para todos nós.

Publicação em minha coluna FIEL DA BALANÇA no blog OCEANO NOTURNO DE LETRAS – Rio de Janeiro (RJ)

http://oceanonoturnodeletras.blogspot.com.br/2017/09/coluna-fiel-da-balanca.html
 

domingo, 10 de setembro de 2017

Poemas Publicados 2017 - 055 a 144 (N.º 579 - Ano IV)



Edição do livro RAÍZES DE PÁSARO – I Edição/2017 – Costelas Felinas Livros e Revistas Artesanais – São Vicente (SP) – 98 páginas e 90 poemas, em 1º/9/17 e lançamento em 30/9/17.

sábado, 9 de setembro de 2017

Balanço Literário de Agosto - 2017 e Anual (N.º 578 - Ano IV)

Concurso de Paródias. Foto: fanpage da Prefeitura Municipal de Conceição do Mato Dentro.

Balanço do mês de Agosto/2017:





·         14 Classificações em concursos literários;


·         06 Crônicas publicadas em blogs de que sou colunista fixo;


·         02 Poemas publicados;


·         03 Poemas publicados (livro físico);


·         02 Certificados de Mérito Literário recebidos;


·         02 Matérias em jornal (físico);


·         01 Matéria em jornal (on line);


·         02 Resenhas publicadas;


·         02 Divulgações do livro RAÍZES DE PÁSSARO em fanpages, blogs e afins;


·         02 Trovas publicadas;


·         01 Convite para ser colunista em jornal (físico e on line);


·         01 Coluna publicada em jornal “PÍLULAS DE CULTURA” (fisico e on line);


·         01 Participação em Comissão Julgadora;


·         01 Convite para Academia Literária;


·         01 Aforismo publicado em livro físico.











Balanço do ano 2017:





·         68 Classificações em concursos literários;


·         39 Crônicas publicadas em blogs de que sou colunista fixo;


·         10 Microcontos publicados;


·         41 Poemas publicados;


·         03 Matérias em jornal (on line);


·         25 Trovas publicadas;


·         01 Convite para participação em blog coletivo,


·         03 Entrevistas concedidas;


·         63 Poemas publicados (físico);


·         01 Conto publicado (físico);


·         01 Perfil publicado em blogs diversos;


·         01 Adição como colaborador em blogs diversos:


·         01 Homenagem em trovas:


·         01 Participação em Varal de Poesias (em escola);


·         07 Contos publicados;


·         06 Criações de perfis em plataformas diversas;


·         01 Trova declamada em seção de UBTs diversas;


·         01 Participação em Varal de Trovas em UBTs diversas;


·         01 Publicação de livro em PDF.


·         01 Admissão em Academia Literária (ALPAS 21);


·         01 Prefácio em e-book;


·         02 Convite para Academia Literária;


·         06 Microcontos publicados (físico);


·         02 Medalhas de Mérito Literário recebidas;


·         06 Diplomas de Mérito Literário recebidos;


·         05 Citações em fanpage, blogs e afins;


·         01 Convite para ser resenhista fixo em blog literário;


·         01 Apresentação em blog literário;


·         03 Matérias em jornal (físico);


·         01 Conto publicado em e-book;


·         07 Resenhas publicadas;


·         01 Lançamento de concurso literário;


·         01 Adição como editor em fanpage do facebook;


·         01 Divulgação de Concurso Literário (organizador) em blogs diversos;


·         01 Divulgação do livro RELICÁRIO VAZIO em fanpage, blogs e afins;


·         02 Divulgações do livro RAÍZES DE PÁSSARO em fanpage, blogs e afins;


·         01 Convite para ser colunista em jornal (físico e on line);


·         01 Coluna publicada em jornal (fisico e on line);


·         01 Participação em Comissão Julgadora;


·         01 Aforismo publicado em livro físico.