domingo, 29 de junho de 2014

Poema Classificado V



Maçã Envenenada

Há que se manter a esperança
num tempo em que a vontade
asfixiou-a
utópica e estraçalhada
dividida injustamente, em cacos.
Os bons tempos de hoje
serão lembranças
ridicularizadas de amanhã
tal como injuriamos as de ontem.
Saída? Não há!
Apenas o desconsolo
de estar vivo e preso
ao peso insustentável da existência:
criados a imagem e semelhança
e desgraçados por única maçã.
Do alto de suas asas
anjos de sobrecasaca
espiam sequiosos
nossas degradações todas.
Mas há que se ter um tantinho
de esperanças para o ato final
- se tempo houver –
e uma ínfima ilusão
de se gozar um quinhão de alegria
nesta vida que é toda DOR!


Destaque Literário Nacional - XIX Concurso Internacional de Poesias, Contos e Crônicas da Associação Literária e Multiprofissional “A Palavra do Século XXI” (ALPAS XXI) – Cruz Alta(RS) – maio/2013


sábado, 28 de junho de 2014

Poemas dos 47 anos I



Amor de Anjos

Já que, o ser pecador,
não me é dado
transubstanciar-me
e minha ciência carente
oblitera a alquimia interior,
amo-te assim mesmo!
... em pecados e erro,
em vícios. Lascivo...

Pois que nasci poeta e pequenino
com a malfadada sina
de amar e desejar um anjo.

Se me permites,
é assim que te amo.

Se não mo permitires,
amar-te-ei assim também.





quinta-feira, 26 de junho de 2014

Poema Classificado IV



A Negação do Amor

E antes que permitas
que eu te ame assim
em devoção agônica,
hei de desbravar terras novas
armado do sabre da curiosidade,
a aventura a me catapultar.
Invadir salões insuspeitos
profanar corpos e templos
macular o meu, ainda virgem,
em holocaustos de oferendas pagãs
que me consintam a vilania
de perder-me, antes de me danar de amor.
Deixa que colha flores mortas
e arremeta  o peito
sobre rochedos e espinheiros
e que mortifique meu espírito
até sangrar,
sequioso que é de glórias românticas.
A pena bastaria se fosse poeta...
Se fosse poeta bastaria
o pergaminho e um tanto de paz
mas não o sou,
sou nada além da procura em vão
de encontrar-me para me perder.

Antes que eu me permita te amar assim...

2º Lugar no XXXVIII Concurso Literário das Edições AG (São Paulo -SP) em abril de 2013.


quarta-feira, 25 de junho de 2014

Poema Classificado III




Fantasma

N afolha torturada
Letras calcinadas
Vento varreu!
Nem o PO É MAis visível...

No origami abstrato
O cadáver de um poema
Kafikiano, transformado!
Letras surreais...

Na folha em branco
O poeta padece
Emudece.

Folh’alma abatida
Poesia insepulta
Assombra...

Classificada para a antologia do Concurso Poesia, Lâmpada para o Coração da Litteris Editora – Rio de Janeiro (RJ) – em 2/1/2013




terça-feira, 24 de junho de 2014

Poema Classificado II



Brasilidade

Meu sangue mestiço, de latinidade pura
é viscoso feito óleo, é pegajoso visgo de jaca.
Alguns elementos químicos estranhos o contaminam
resquícios de algum malogrado bem-querer,
saliva e sódio do sal do último churrasco.
Alguns gramas de chumbo de emboscadas atravessadas incólume,
sebo de carneiro de ferimento antigo,
óleo de Copaíba, mercurocromo, mertiolate e sulfa
e porções de substâncias proibidas.
Espesso como cheiro de fêmea, denso de florestas tropicais.
Gotículas, aqui e acolá, de revolta, ira e desespero.
Um tantinho de bile, cachaça e fumaça de charuto
de despacho que, distraído, derribei em esquinas suspeitas.
Maleita não tem, AIDS, tifo, tuberculose, diarréia também não.
Quiçá cocos de doenças de rua...
Tem desejos meu sangue, traços de canto inconcluso,
rastilhos de poesia e o eterno tédio dos homens comuns
e o banzo ancestral, além de acordes de banjo...
Tinta de carimbo de alguma repartição, e um bom bocado de burocracia
descrédito e desconfiança asco e terror.

É um sangue comum, destes que não fedem nem cheiram,
mas que deságua, de geração em geração,
em brasileiros obstinados!

3º Lugar no Concurso Libério Neves de Poesia da Associação Comunitária de Moradores de Conjunto Califórnia (Belo Horizonte- MG) em outubro de 2012.
Publicado no jornal Fala Califórnia – Ano 17 – n.º 119 – dezembro/2012.






Poema Classificado I



A Leveza e o Peso de o Ser, ser...

Como é frágil o ser do Ser
Se jamais se amanhece o mesmo
E a vida, um vagar a esmo?

E que peso infinito é o Ser ser
Substância de fluídica levitação
Na matéria em putrefação?

Como é absurdo ser para o Ser
Na condição de perene e imortal
Aprisionado ao grilhão carnal?

E que paradoxo! Se o Ser é ser
Enquanto a carne é tão somente estar;
Este, naquele habitar?

E sendo o Ser imortal, portanto infinito
Que se supõe também atemporal.
Conviver num ser finito
O corpo bruto, pútrido e mortal...

*Classificados para a antologia VERSOS REPLETOS EM NOITES VAZIAS – Vol. VIII – CBJE (Câmara Brasileira do Jovem Escritor) – Rio de Janeiro (RJ) – em abril/2013.



domingo, 22 de junho de 2014

Impalpável Poeira das Palavras (Apresentação)



Olá!

Apresento-lhes o meu blog literário IMPALPÁVEL POEIRSA DAS PALAVRAS, cuja finalidade é a divulgação de meus textos e de textos de amigos que se diganarem a enviá-los a nós, para serem publicados.
Este blog não tem pretensões comerciais e, portanto não cobra nenhum valor para a publicação, bem como não remunera, em nenhuma espécie, direitos autorais. Por se tratar apenas de divulgação. 
Aquele que quiser publicar seus textos, deve enviá-los ao e-mail franciscoliveira2606@gmail.com , obedecendo os seguintes quesitos:


  1. evitem textos compostos de palavras de baixo calão ou que agridam a susceptibilidade e sensibilidade dos demais membros; ou com manifestações de intolerância, racista, discriminatória ou homofóbica. 
  2. que tenham a sensibilidade de distinguir textos/imagens sensuais de pornográficas;
  3.   respeitem a LEI DOS DIREITOS AUTORAIS.



Os textos enviados serão publicados, obedecendo a disponibilidade de tempo do administrador.

Saudações literárias e afetuosaa,


Francisco Ferreira