sexta-feira, 3 de abril de 2015

Meus Sonetos III


Fonte: www.uinone.art.br

Desilusão de Ótica

Mirando-me num retrato de outrora,
eu cri-me alçado em voo, sem ser alado;
atrelando-me à ilusão do passado
esquecido dos espelhos de agora.

E inebriado assim fui mundo afora
em fantasias, sentia-me remoçado
neste falso delírio acorrentado
que, tão facilmente, a vida devora.

E, em lhe devorando o tempo, cai a venda,
que confunde e mascara a realidade.
Para que o iludido espírito aprenda

Sinto no corpo a terrível verdade:
que a ninguém, no decurso desta senda,
é permitido esquivar-se da idade.

Um Poema Antigo V


Fonte: espacocardamomo.wordepress.com

Surdez

Tua voz troa tão alto
ouvidos não ouvem
impossíveis de tons...

Quem, pela verdade estiver,
que ecoe, bem alto, o meu silêncio!

Sons corrompidos velados
mentiras desveladas
vozes...