sábado, 18 de junho de 2016

Poemas Classificados - 2016 - X


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Desalento


No teu leito de esgoto
fluxo fétido e constante, é raro alterar-se
em tuas margens, fluxos outros
correm céleres, desaceleram... até parar.
Buzinas marginais
rascam imundícies íntimas
acordando fantasmas de peixes
assustando ratos.


Desce lento, Rio Morto
rio esgoto e sem portos
trilha sertão-via-mar.
Em afluentes te purificas
oxigenando-te o vagar.
Vargens, pontes, vagalumes
até as vagas do mar.


Vai-te embora Doce, Manso
Velho Chico, Paraopeba...
Vai-te embora te lavar.

Classificado para a ANTOLOGIA DE POETAS BRASILEIROS CONTEMPORÂNEOS - Volume 139 - CÂMARA BRASILEIRA DE JOVENS ESCRITORES (CBJE) - Rio de Janeiro (RJ) - 18/6/16

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