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Estação
das Chuvas
Está chovendo de desbotar urubus,
as águas escarnecem de lodos, os dias
e os rios, atolados até o pescoço,
nos desvãos dos barrancos.
Garças colhem peixes nos altos
galhos das ingazeiras flutuantes.
Sabiás cantam litanias às avessas
pedindo sol e aragem na ferrugem
branca das serras de além de...
Na casca da lua germinam estrelas
para derramarem-se vagalumes
sobre o assoalho das nuvens e ventos.
Crescem musgos nos verdes dos periquitos
e de algas, poluem as barbas dos montes.
Das pedras resfolegam lama
em seus ternos de liquens.
Narcisos bebem das prateleiras
dos córregos navegados de folhas.
Deságuo em mim!
Classificado para a antologia VOZES DE AÇO - XVI do XIV Concurso Nacional PoeArt de Literatura 2014 (Poemas)
maravilhoso
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