domingo, 12 de outubro de 2014

Poema Classificado XXI


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Sólidos

No tempo das’águas, no em antes,
do ano passado
andei quase a virar passarinho.
Um átimo da minha vocação
de borboleta ou morcego foi que faltou.
Desvoei!

Mas meu medo de menino,
medo ancestral da queda, amoleceu-me.
Desdesenhadas minhas asas tortas
recolhi as penas e a pena.
Despoetei-me!

Arrasto-me lagarto desde então.
Encarmujei minhas vontades
e liberdades receosas. Parado no ar
caindo de pedra e chumbo,

Gravitacionei.

Classificado para a antologia VOZES DE AÇO - XVI do XIV Concurso Nacional PoeArt de Literatura 2014 (Poemas)

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