Fonte: www.arcadja.com
Ofertório
Um amor plebeu é que ofereço
em cântaros de barro rústico
e alguidares e gamelas de madeira
pobre, branca sem cerne; servido.
É um amor assim insulso
sem esplendores de martírios
ou renúncias merecedoras de créditos
sussurrado em esquinas suspeitas.
Um amor pequenino, pecaminoso
purulento e mesquinho, sem méritos,
grão de areia, cisco no universo
dos grandes amores. É só isso!
Nada mais carrego nos bolsos,
nos alforjes ou coração
somente semente, já chocha,
bem pouco provável que vingue.
É mínimo, ínfimo, mísero
mas se queres, toma-o para ti:
É chavo, mas todo teu!
* Classificado para a Antologia de Poetas Brasileiros Contemporâneos - 125 - Câmara Brasileira de Jovens Escritores (CBJE) - abril/2015
* Publicado na antologia on line do mesmo concurso.
Que amor é esse????mesmo pequeno, ou só fagulhas, ainda que ilusão, é amor. Um abraço poeta.
ResponderExcluirO amor é amor, não há outro substantivo para defini-lo. Não existe amor pequeno , grande, pobre, rico. Ele é simplesmente "Amor." A essência desse sentimento é inserida sem nenhuma objeção. Não importa de que forma ele é doado, oferecido, servido. Se em vasos de barros, tigelas ... Ele é o núcleo, ele vem, chega e se instala, se faz dono da nossa razão. Não há amor insípido. Ele tem brilho, grandeza própria. Este brilho, esta grandeza carregada neste alforje , guarda sementes umedecidas pelo calor deste sentimento e podem vingar sim. O pouco no amor é suficiente... O amor é passível de espera. Ele chega sem subterfúgio, subitamente, domina. O outro aceita...
ResponderExcluirObrigado pela visita e gentis comentários, Neli Ascari Krahl e Vera Buosi.
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