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Estação das Chuvas
Está chovendo de desbotar urubus,
as águas escarnecem de lodos, os dias
e os rios, atolados até o pescoço,
nos desvãos dos barrancos.
Garças colhem peixes nos altos
galhos das ingazeiras flutuantes.
Sabiás cantam litanias às avessas
pedindo sol e aragem na ferrugem
branca das serras de além de...
Na casca da lua germinam estrelas
para derramarem-se vagalumes
sobre o assoalho das nuvens e ventos.
Crescem musgos nos verdes dos periquitos
e de algas, poluem as barbas dos montes.
Das pedras resfolegam lama
em seus ternos de líquens.
Narcisos bebem das prateleiras
dos córregos navegados de folhas.
Deságuo em mim!
Publicada na revista ESCRITORES -255 (ano XXI - outubro/15)
do Clube de Escritores de Piracicaba (SP)
Lindo poema, parece a realidade Catarinense, hoje.
ResponderExcluirBoa noite, Neli. Retrata sim a triste realidade de vocês, ao mesmo tempo que é uma ode que dedico à chuva benfazeja e geradora de vidas que teima em nos deixar órfãos de sua presença aqui nas Gerais. Abraços,
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