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Desilusão de Ótica
Mirando-me num retrato de outrora,
eu cri-me alçado em voo, sem ser alado;
atrelando-me à ilusão do passado
esquecido dos espelhos de agora.
E inebriado assim fui mundo afora
em fantasias, sentia-me remoçado
neste falso delírio acorrentado
que, tão facilmente, a vida devora.
E, em lhe devorando o tempo, cai a venda,
que confunde e mascara a realidade.
Para que o iludido espírito aprenda
sinto no corpo a terrível verdade:
que a ninguém, no decurso desta senda,
é permitido esquivar-se da idade.
Classificado para compor a I ANTOLGIA DE POETAS LUSÓFONOS CONTEMPORÂNEOS "PERDIDAMENTE" do GRUPO MÚLTIPLAS HISTÓRIAS de Lisboa (POR).
Lindo poema, já havia lido, mas releio outras tantas vezes. Parabens.
ResponderExcluirObrigado, Neli Ascari Krahl. Abraços.
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