Rosa. Foto: Francisco Ferreira.
A
Primeira Pedra
Quando os
fariseus e doutores da lei levaram a Jesus, a mulher adúltera, com o intuito
exclusivo de O incriminarem, o Mestre, baixou-se e começou a escrever
na areia. Como é grandiosa a sabedoria, a paciência e a prudência de quem
vai praticar a justiça e a misericórdia. Ele poderia ter esbravejado e, em
poucas palavras, equacionado aquela situação...Mas, não! Humildemente se baixou
diante daqueles seres arrogantes que lhe queriam o mal, colocando-se em
uma posição inferior, para proferir aquela maravilhosa sentença: “Aquele que
dentre vós estiver sem pecado, seja o primeiro a atirar-lhe a pedra.” (Jo 8:7)
Neste momento,
de tão sublime sentença, o Mestre destitui-Se do poder – que Lhe era de direito
- de julgar, e o devolveu àqueles que, mesmo sem o ter, se arvoravam de juízos,
jurados e algozes. Vejam que Jesus não se precipita, não teme e nem sequer se
exalta. Dá a sentença, naquele momento, a todos, de forma suave, mas cujo
impacto é profundo e instantâneo. Todos se sentem na pele da pecadora e
indignos de julgá-la. E, nós, em nosso quatidiano, quantas vezes nos tornamos
os doutores da lei e fariseus da vida de nosso semelhante? Quantas vezes,
desdenhando a trave nos nossos olhos, apontamos o cisco no olho de outrem?
Quantas vezes esquecemos as nossas culpas, vícios e miserabilidade humana
para julgar o próximo? Vivemos, em todo o mundo, um momento de idolatria da
morte, de desesperança e condenação. Haja vista a intolerância (religiosa, de
gênero, política), os atentados que se proliferam, ceifando vidas e perpetuando
a dor, os julgamentos precipitados e parciais que fazemos dos nossos amigos.
Esta é a hora de acordar, numa ressurreição coletiva, e valorizar mais a vida,
o entendimento, a esperança, a fraternidade e caridade de ver “o outro” e de
agir com “o outro", como quereria que agissem contigo. Ser cidadão e
cristão e cristão-cidadão é antes de mais nada aprender a ouvir, respeitar,
aceitar, tolerar e agir com imparcialidade para com todos da sua espécie
humana. É dobrar-se numa contemplação interior e, fazendo isto,
contemplar a sua própria miserabilidade, a sua própria falibilidade, os seus
conflitos, as dúvidas e angustias e redescobrir que ninguém é digno de
"atirar a primeira pedra"... de sequer atirar um pedrisco!
Feliz Ano Novo com mais amor,
mais tolerância, mais caridade, mais misericórdia e mais altruísmo!
Obs.: adequada ao português de Portugal pelo amigo João Teixeira.
https://jmateixeira2000.blogspot.com.br/p/blog-page_30.html
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