Estação
das Chuvas
Está chovendo de desbotar urubus,
as águas escarnecem de lodos, os dias
e os rios, atolados até o pescoço,
nos desvãos dos barrancos.
Garças colhem peixes nos altos
galhos das ingazeiras flutuantes.
Sabiás cantam litanias às avessas
pedindo sol e aragem na ferrugem
branca das serras de além de...
Na casca da lua germinam estrelas
para derramarem-se vaga-lumes
sobre o assoalho das nuvens e ventos.
Crescem musgos nos verdes dos periquitos
e de algas, poluem as barbas dos montes.
Das pedras resfolega lama
em seus ternos de líquens.
Narcisos bebem das prateleiras
dos córregos navegados de folhas.
Deságuo em mim!
ola boa noite poeta que lindo adorei
ResponderExcluirTodos sabemos das armadilhas da vida. Se usarmos os recursos que existem, talvez possamos contraria a morte, preservando assim as espécies. Belíssimo poema. Bjos
ResponderExcluirEm certos momentos, nos vemos, no meio do lamaçal das enchentes da vida. lindo poema, um abraço !
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