domingo, 28 de dezembro de 2014

Participação em Antologias - III



Estação das Chuvas

Está chovendo de desbotar urubus,
as águas escarnecem de lodos, os dias
e os rios, atolados até o pescoço,
nos desvãos dos barrancos.
Garças colhem peixes nos altos
galhos das ingazeiras flutuantes.
Sabiás cantam litanias às avessas
pedindo sol e aragem na ferrugem
branca das serras de além de...
Na casca da lua germinam estrelas
para derramarem-se vaga-lumes
sobre o assoalho das nuvens e ventos.
Crescem musgos nos verdes dos periquitos
e de algas, poluem as barbas dos montes.
Das pedras resfolega lama
em seus ternos de líquens.
Narcisos bebem das prateleiras
dos córregos navegados de folhas.

Deságuo em mim! 

3 comentários:

  1. ola boa noite poeta que lindo adorei

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  2. Todos sabemos das armadilhas da vida. Se usarmos os recursos que existem, talvez possamos contraria a morte, preservando assim as espécies. Belíssimo poema. Bjos

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  3. Em certos momentos, nos vemos, no meio do lamaçal das enchentes da vida. lindo poema, um abraço !

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