fonte: cronologiadassecas.openbrasil.org
Seca
Nas navalhas de macaco
o vento faz a barba do sol
debruando em brilhos o riachinho
que espreguiça fino em afluentes secos.
O anzol fere o espelho d’água rasa
colhendo piabas, cambebas
em matas de algas e pedras.
Do fundo da floresta
a noite conversa comigo
numa fala-flauta de cachorro ferido.
Nos grotões, e brenhas, e brejos
campeiam caçadores de estrelas
perdidas em nuvens- tempestade.
Sabiás assoviam sermões
suplicando setembros e chuvas
se a Primavera demora em epifanias
nos galhos secos, cortantes
que os ventos de agosto
desnudaram, despudoradamente.
Classificado para a Antologia de Poetas Brasileiros Contemporâneos - 122 - Câmara Brasileira de Jovens Escritores (CBJE) - Rio de Janeiro (RJ) - janeiro/2015
Este comentário foi removido pelo autor.
ResponderExcluirO resultado do poder que tem em escrever tão lindos poemas, está levando-o ao caminho que determinou ser seu. Parabéns
ResponderExcluirObrigado Vera Buosi, pelo constante incentivo. Abraços.
ResponderExcluirA seca por falta das chuvas, ou as secas da alma, sempre tristes, porém em sua mente outras interpretações. Sempre sábio e perspicaz ! um abraço.
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