domingo, 18 de janeiro de 2015

Poema Classificado XXV


fonte: cronologiadassecas.openbrasil.org

Seca

Nas navalhas de macaco
o vento faz a barba do sol
debruando em brilhos o riachinho
que espreguiça fino em afluentes secos.
O anzol fere o espelho d’água rasa
colhendo piabas, cambebas
em matas de algas e pedras.

Do fundo da floresta
a noite conversa comigo
numa fala-flauta de cachorro ferido.
Nos grotões, e brenhas, e brejos
campeiam caçadores de estrelas
perdidas em nuvens- tempestade.

Sabiás assoviam sermões
suplicando setembros e chuvas
se a Primavera demora em epifanias
nos galhos secos, cortantes
que os ventos de agosto

desnudaram, despudoradamente. 

Classificado para a Antologia de Poetas Brasileiros Contemporâneos  - 122 - Câmara Brasileira de Jovens Escritores (CBJE) - Rio de Janeiro (RJ) - janeiro/2015

4 comentários:

  1. Este comentário foi removido pelo autor.

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  2. O resultado do poder que tem em escrever tão lindos poemas, está levando-o ao caminho que determinou ser seu. Parabéns

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  3. Obrigado Vera Buosi, pelo constante incentivo. Abraços.

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  4. A seca por falta das chuvas, ou as secas da alma, sempre tristes, porém em sua mente outras interpretações. Sempre sábio e perspicaz ! um abraço.

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