Fonte: www.panoramio.com
Terra Virtual
Quando a Tapera escorreu das frestas de meu
bornal
e nada mais restou na última curva,
bananeiras tolas acenaram-me
e, sem saudades, vim-me embora.
Não foram adeuses
que as laranjeiras daquela época e quintais
não sabiam sentimentos.
Cumpriam apenas seus papéis
em oferendas sabotadas por sanhaços,
muito mais sabidos do que as laranjas.
Hoje, que minha atiradeira não reconhece
torcais
e os mamoeiros aprenderam o sabor de
amar(elar),
é tédio agora. Meu picuá já tão cheio!
A terra mater despenca
de cachoeiras e paredes virtuais em close,
sobre meu peito seco
e um banzo de gemidos de porteiras
chama-me: volta, volta, volta...
Classificado para a antologia "De Verso em Verso - Poemas - Edição Especial 2015" - da Câmara Brasileira de Jovens Escritores (CBJE) - Rio de Janeiro (RJ) - fevereiro/2015.
Que delicia! Que vontade de voltar! Que vontade de rever! Que vontade de estar lá! Se voltar lá, prepare-se para o encontro com o inesperado; traga contigo as belas lembranças vividas lá... Lindo poema!
ResponderExcluirNão posso voltar à Tapera de meus tempos de menino, senão na imaginação e em meus poemas de saudade. Abraços, Vera Buosi.
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