Fonte: nolivrodosmeusdias.blogspot.com
Do Álbum de Família
Os olhos do meu avô
tão profundos quanto a ânsia
de enriquecer.
No sorriso da minha vó
um ricto de dor
advindo dos mil cintos e nós
impostos pela Tradicional Família Mineira.
Nas caras sonsas de minhas tias
a empáfia pífia das virgens
na sonegação
da sacrossanta vocação das putas.
Plenas da insípida sina
das meninas de família.
A um canto, o negrinho Louro,
Meu tio emprestado
Colore com seu riso branco
O retângulo bolorento
Que me resgata a ancestralidade.
Um foco instantâneo de fastio e asco!
Classificado para a "Antologia de Poetas Brasileiros Contemporâneos - 123"
- Câmara Brasileira dos Jovens Escritores (CBJE) -
Rio de Janeiro (RJ) - fevereiro/2015.
Que mistura, entre a tradição e a realidade, um abraço.
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