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Serras do Sem Esperança
Esta serra tão bravia riscada na erosão,
parece um talude pichado a golpes de picaretas
todo engaratujado
pelas mãos de cem capetas.
É de pedra, cacto, espinheira e locas de cascavel
de maldades e
malvadeiras, tocas de assombração
só sede, sal, seca e sóis...
de envergar um cristão.
Aqui o que mais se planta é corpinho de pagão
mas muito é o que se colhe, para haver compensação:
morte, doenças, miasma neste naco de sertão.
Mas, são serras de minha terra, onde ergui plantação
de sonhos pobres, morrediços e sem viço na ilusão,
tão tristes, tão passadiços, bem baixos, rascando o chão.
Poesia, que forma maravilhosa de interpretar o mundo, só com tanta perspicácia, pra ler as entrelinhas, um abraço poeta !
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