Cogumelos. Foto: Francisco Ferreira.
Poeta
Concebo-me ser inteiro
em única palavra
dita ao relento
num beco escuro e frio.
Nasço de tua voz
em evocação às sombras
de árvores despidas
grafitadas nos muros sujos
da cidade invernosa.
Cresço se praguejas à sorte
à sina, ao destino, à falta
que o acalento faz
em tua alma assustada
de menina travessa.
Vivo em tua poesia gauche
quebrada, aviltada em letras
inelegíveis das fachadas
de teus edifícios sonho.
Matam-me porém as letras frias
de palavras sem vida do matutino
que envolve o corpo morto
que atravanca o trânsito.
Publicado no Jornal LETRAS
TAQUARENSES – ANO XI – N.º 73 – abril/maio 2017 – Editor: ANTÔNIO CABRAL FILHO
– pag. 04 – col. 03 em 19/5/17.
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