Flor Silvestre. Foto: Francisco Ferreira.
Gaiolas
Ouço ecoar minha tristeza
na preciosidade repetitiva
e triste voz do sabiá.
Meu luto se reflete
nas pretas vestes de gala
do acrobático tiziu.
E a suindara agourenta
estrala de vingança minha gargalhada
louca como eu, noite à dentro.
Se bem me lembro é sempre assim
que sou e fui, hibrido de ave e vegetal
coração de pássaro com raiz.
E, uma vez que numa noite
de junho gelado caí feito papa-arroz
no alçapão da vida
em cada queda, tentei voar.
Poema publicado na Revista ESCRITORES – N.º 270 – Ano
XXIII – do CLUBE DE ESCRITORES DE PIRACICABA – Piracicaba (SP) – pag.22 em 24/5/17.
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