segunda-feira, 16 de outubro de 2017

Trajetória Literária 2017 - 025 (N.º 609 - Ano IV)



Fotos: Francisco Ferreira.

Desalento



No teu leito de esgoto

fluxo fétido e constante, é raro alterar-se

em tuas margens, fluxos outros

correm céleres, desaceleram... até parar.

Buzinas marginais

rascam imundícies íntimas

acordando fantasmas de peixes

assustando ratos.



Desce lento, rio morto

rio esgoto e sem portos

trilha sertão-via-mar.

Em afluentes te purificas

oxigenando-te o vagar.

Vargens, pontes, vagalumes

até as vagas do mar.



Vai-te embora Doce, Manso

Velho Chico, Paraopeba...

Vai-te embora te lavar.


Participação no II SARAU DO MATO A DENTRO, com o poema DESALENTO, em 14/10/17.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Observação: somente um membro deste blog pode postar um comentário.