quinta-feira, 3 de dezembro de 2015

Poema Classificado - XLIII


Fonte: www.erasmobraga.com.br

Herança

Dentre os homens todos sou o derradeiro
a recolher a tão inútil poesia
e a deixar a terra da fantasia
intacta e livre para o meu herdeiro.

Filho que não fiz... mas tão verdadeiro,
posto que n’alma sempre lhe trazia
e nos poemas todos que fazia,
já o divisava neles por inteiro.

Este filho meu, tão inconcebido,
que na mente o tinha desde criança
dum ancestral desejo recolhido.

Este filho meu, a quem a esperança,
a paz e o bem que nela vão contidos
é o que desejo lhe deixar de herança.


Classificado no II Concurso Literário "Justiça e Igualdade Social"  - São Paulo (SP) - 2015.

Um comentário:

  1. Lindo, comovente, e bem sabemos que filho é o que criamos,amamos, sem mesmo o ter concebido.Meu carinho e respeito aos pais deste menino.

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