segunda-feira, 23 de janeiro de 2017

Coluna Fixa "Fiel da Balança" (Blog OCEANO NOTURNO DE LETRAS - RJ) - 2017 - 002 (N.° 396 - Ano III)


Foto: Francisco Ferreira.

Convulsão Mundial



          Há uma série de fatos que, interligados e num mesmo momento, acontecem na história da humanidade e não é preciso aprofundar muito para se perceber o quanto esta sucessão revoluciona e convulsiona um país inteiro e, em algumas situações mais críticas, toda a humanidade. Para a eclosão da I Grande Guerra contribuíram: o desenvolvimento tecnológico (indústria de armas, avião, submarino); a queda de impérios seculares e a instabilidade política na Europa e em consequência disto, o surgimento de doutrinas radicais de esquerda e direita; corrida armamentista e disputas por colônias e o nacionalismo radical. Já no caso da II Guerra, que praticamente foi uma continuação da primeira, as causas foram praticamente as mesmas, acrescidos da crise econômica mundial. O que vemos acontecer no mundo nas primeiras décadas deste milênio é uma sucessão de fatos que nos leva a preocuparmo-nos com o futuro da humanidade. Numa rápida reflexão:

          Primavera Árabe – onda de protestos, revoltas e revoluções populares contra governos do mundo árabe que iniciou-se em 2011 – e desestabilizou ainda mais os já conturbados países deste bloco (Egito, Tunísia, Líbia, Síria, Iêmen e Barein). Arsenais nucleares em várias partes do mundo, até mesmo em países em desenvolvimento, como o caso do Paquistão e do Irã e os famosos testes de armas nucleares na Coreia do Norte, que vem tirando o sono dos seus vizinhos na Ásia. A crise econômica mundial, capitaneada pela dívida estratosférica dos Estados Unidos e uma população que representa apenas 4% do total mundial mais que consome 20% de todos os recursos do planeta. O desemprego crescente nos países da Europa, nos Estados Unidos e no mundo como um todo, cujos índices – 850 milhões de desempregados em todo o planeta, segundo dados de Órgãos Internacionais - só se similarisam aos da Crise de 1929. A crise dos refugiados, com milhares de seres humanos que chegam às fronteiras de países da Europa, oriundos principalmente do Oriente Médio e da África, fugindo das guerras, da pobreza e da violência e cuja solução parece inexistir.  Os atentados terroristas que se proliferam mundo à fora e que, a cada dia, tornam-se mais violentos, letais.

          E, por fim, e não menos nocivo e preocupante: governos progressistas e de tendências mais humanitárias de tradicionais países do mundo, tem sido sistematicamente substituídos por governantes de ideologias tradicionais, nacionalistas e que tendem a promover o acirramento nos conflitos mundiais, como no caso de algumas ideias do presidente Donald Trump: de “(...) ampliar o poder militar dos EUA, afirmando que o país sob seu governo se tornaria tão poderoso e ameaçador que não sofreria ameaças de absolutamente ninguém. O candidato defende a adoção de táticas de tortura e diz que poderia aprovar técnicas mais duras (...)”. Quem precisa de mais ameaças e retaliações no mundo atual?

          Faço minhas as palavras do Papa Francisco quando bem diz que: “O perigo em tempos de crise é que busquemos um salvador que nos devolva a identidade e nos defenda com muros.” E que Deus tenha muita piedade de todos nós.

http://oceanonoturnodeletras.blogspot.com.br/2017/01/coluna-fiel-da-balanca_23.html


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