Ipê Rosa. Foto: Marcilene Cardoso.
Mau Olhado
Dedos de nuvens
cegaram-me a super lua
e os sessenta e oito anos
de espera
sem nenhum anel
ou compromissos, além
da solidão
no leito mútuo.
A chuva saliva no
telhado
despertando o banzo
no atabaque das
goteiras.
A velha rã ancestral
salta, de quando em
vez,
no engaiolado do peito.
O curiango além
sustenta minhas promessas
de tomar-te novamente
numa cama ao por do
sol:
−Amanhã eu vou!
Repete sua máxima
infinita
mas, os três sabemos
quão mentirosas são
as aves de agouro
e as cantorias de
malmequer
a escurecer os céus
de nossas tramas.
Publicação
na plataforma MEUS POEMAS – COLETIVO DE ESCRITORES – da Editora Beco dos Poetas
- São Paulo (SP), poema: MAU OLHADO, em 11/7/17.
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