Trabalhinho da turma de 1º ano (professora Betânia) da EE Daniel de Carvalho. Foto: Francisco Ferreira
Entrevista para o blog OCEANO NOTURNO DE LETRAS - Rio de Janeiro (RJ), em 4/7/17.
1. Vamos começar conhecendo um
pouco mais do autor da nossa coluna de segunda, Fiel da Balança, que às vezes
nos faz rir demais com seus causos e regionalismo, e outras vezes pensar, sobre
nossa sociedade e suas convulsões antropológicas, nos fale um pouco de você,
Francisco, o que faz, quem é, de onde vem?
Eu sou funcionário público
estadual, natural e residente em Conceição do Mato Dentro (MG), uma cidadezinha
encravada na Serra do Espinhaço, no Circuito da Estrada Real, com pouco mais de
10 mil habitantes na sede. Poeta, contista, cronista, trovador, blogueiro,
escrevo cordel, poetrix, haicai e aldravias. Tenho 49 anos e escrevo desde
sempre. Em 1999, comecei a participar de concurso literários e hoje tenho cerca
de 600 classificações no Brasil, Portugal e Itália, participo de mais 150
antologias e sou membro de academias literárias em RS, PR, RJ, SP, ES, BA.
Estou, no momento com 3 livros prontos: COROLÁRIO DE TROVAS, em pdf na
plataforma BOOKESS, RAIZES DE PÁSSARO, no prelo e RELICÁRIO VAZIO, concorrendo
em alguns certames.
2.Ler para você é...
Necessidade básica como
respirar, alimentar, dormir. Depois de escrever a atividade mais prazerosa do
cotidiano. Leio sempre e de tudo.
3.O que você pensa sobre essa
onda literária de livros de Youtubers?
Confesso que ainda não tenho
um juízo formado sobre isto. Devido a minha idade, não tenho muito contato com
esta tendência.
4.Seu gênero literário
preferido?
Conforme disse num tópico
anterior, leio de tudo. Mas, principalmente poesia. Leio poesia todos os dias
e, em sua maioria, de autores desconhecidos do grande público. Obviamente não
dispenso os clássicos e nem os meus autores preferidos: MANOEL DE BARROS, DRUMMOND, FERREIRA GULAR,
JOÃO CABRAL, ADÉLIA PRADO, CORA CORALINA.
5.Algum preconceito literário?
E se for o caso, qual?
Não.
6.Qual o primeiro livro que
leu?
Não me lembro com precisão se
foi MOBY DICK ou MEMÓRIAS DE UM VIRA LATAS.
7.Nos fale um pouco de seu
processo criativo.
Ainda escrevo à moda antiga em
cadernos de rascunho e utilizando-me de 4 canetas de cores diferentes. Componho
o texto, normalmente com caneta azul e, logo em seguida, faço uma primeira
revisão com caneta vermelha. Alguns dias depois faço outras revisões com
canetas verde e preta. E só então digito o texto. (Isto para poesia). Para o
caso de crônicas e resenhas, se não escrevo diretamente no computador,
reviso-as quando estou digitando.
Não tenho muito critério,
infelizmente. As vezes escrevo um conto de 6, 7 laudas de uma só vez, noutras
levo meses para terminar. Em outras ocasiões escrevo até 10 poemas num dia,
porém passo vários dias sem escrever.
8.Nos fale sobre seus projetos
futuros e seus sonhos na profissão.
Estou com o livro autoral (o
primeiro) RAÍZES DE PÁSSARO com 90 poemas, a ser lançado no final de julho ou
na primeira quinzena de agosto, dependendo apenas da editora e correios.
Tiragem modesta, apenas 100 exemplares nesta primeira edição. Um segundo livro
RELICÁRIO VAZIO, concorrendo em alguns certames e preparando o terceiro (ainda
sem título) também para concorrer num concurso do Paraná.
No momento, estou escrevendo
para o OCEANO NOTURNO DE LETRAS e para o DARK BOOKS e gostaria de ter mais colunas em outros
blogs que me preenchessem a semana.
O sonho de qualquer escritor é
reconhecimento e este, venho alcançando aos poucos.
9.Quando foi e como foi que vc
se reconheceu como escritor?
Desde os 7 ou 8 anos que
escrevo, porém só depois de 1999, quando fui premiado em meu primeiro concurso
literário e que tive consciência de que era possível ser escritor.
10.Seu autor favorito? Essa é
difícil.
João Guimarães Rosa em prosa e
Manoel de Barros em versos.
11.Qual sua visão sobre a obra
Grande sertão veredas?
Um livro vivo que nunca se
relê. Toda vez que se lê o GRANDE SERTÕES, pelo menos, assim me parece, se está
lendo pela primeira vez. É preciso que eu diga que o leio pelo menos uma vez
por ano.
12.De onde vem sua maior
inspiração para a produção de seus textos?
Do cotidiano e da observação
das pessoas, seus hábitos e sobretudo, suas máscaras.
13.O que te motiva a escrever?
A infinita necessidade de
acalmar o meu espírito inquieto e que vive em desacordo com ordem estabelecida.
Discordo de quase tudo o que a sociedade tem como princípios básicos.
14.Qual é a sua opinião a
respeito das ativistas que hoje em dia estão usando de artifícios religiosos
para protestarem?
Religião para mim é um ato de
intimidade entre o ser humano e o Universo, algo um tanto particular e interno.
Desconfio de todos que a usam para qualquer outro fim que não seja
sintonizarem-se com o Universo. Ela está muito mais ligada ao respeito a si
mesmo, ao outro, ao planeta; praticar o bem, conviver pacificamente e respeitar
o livre arbítrio de seus pares.
15.Leitores, qual sua relação
com eles?
O meu primeiro leitor sou eu e
sou muito mais condescendente com outros autores do que comigo mesmo. Quanto
aos demais, sou-lhes grato por me lerem e, se pudesse, escreveria sempre algo
que lhes agradassem.
16.Para finalizar, o que tem
achado de escrever a coluna semanal da segunda, a Fiel da Balança, em nosso blog?
É uma experiência maravilhosa,
principalmente por me proporcionar falar um pouco da minha terra, dos costumes
e causos de nosso povo e poder também expressar a minha opinião acerca de fatos
e acontecimentos destes tempos sinistros em que vivemos.
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