sexta-feira, 11 de julho de 2014

Meus Poemas Preferidos III





Rito de Passagem

Na entrada da fazenda
uma porteira gemedeira
Justamente lá
a minha mãe enterrou
um coto de umbigo
e saudades intra-uterinas
­­– meus restos natais! –

– É prá ficar rico. (Ela disse).

Dinheiro?  Ganhei não,
só assombros.
Vozes espectrais
que sussurram: “Volta.”
Toda vez que geme,
em meus ouvidos distantes,
o lamento daquela velha cancela.



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