Foto: Francisco Ferreira
Equus
Do ventre aberto do
cavalo morto
brotam como cogumelos
os urubus
em todos os tons de
preto e luto fechado.
Espantalho com farda
de falcoeiro
acolhe em ramas
negras os abutres
quando vira-latas
Faísca os espaventa
pelo espólio da carne
morta
do cavalo também
morto.
Sob as costelas
mortas do cavalo morto
crescem escaravelhos
e larvas
e raízes adubadas de
capim
no chorume vivo do
cavalo morto.
Éguas virgens e
potras viúvas
relincham cios
inúteis e seus ventres ocos
de potros
inconcebidos, abortos do cavalo morto.
Classificado para a REVISTA CABEÇA ATIVA do MOVIMENTO CULT – São Vicente (SP) em 4/2/17.
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