Ponte sobre o Córrego do Ginásio (Conceição do Mato Dentro - MG). Foto: Francisco Ferreira.
À Espera de Milagres
“Vendo, pois aqueles homens o milagre
que Jesus tinha feito, diziam: Este é verdadeiramente o profeta que devia vir
ao mundo.” (Jo 6 – 14) Esta passagem do evangelho de João, mesmo depois
de 2000 anos, continua atualíssima. Uma vez que nós, feito os homens que
assistiram in loco ao milagre, ainda
precisemos deles para crer. Ora, se nos é tão necessário o milagre para que
creiamos, então que observemos os milhares deles que são operados em nossas
vidas, em todos os dias.
Começamos
por analisar o simples fato de acordar, quando muitos irmãos não têm esta mesma
oportunidade, deitam-se, e o Senhor os chama para Seu convívio, ainda durante o
sono. Após acordarmos temos o milagre da locomoção, sem carecermos de nenhum
aparelho, ou prótese ou mesmo da ajuda de terceiros. Simplesmente somos objeto
de um milagre maravilhoso: o ter aprendido a andar de forma ereta, podermos
caminhar e com facilidade chegar ao nosso objetivo. E deste momento em diante,
vão se desenvolvendo mais e mais “pequenos” milagres em nosso dia, pequenos por
serem de ordem natural, mas extraordinários para aquele que não dispõe dos
mesmos em sua vida.
E àqueles
a quem falta estes pequenos milagres o Altíssimo providencia outros, como a
inteligência de que dotou ao homem e que o permitiu criar artefatos que
propiciam o locomover, àquele que não é capaz de fazê-lo de forma natural, sem
ajuda. Ou, de outra forma, coloca na vida destes irmãos, seres do bem e de
coração piedoso que os ajudam em suas necessidades. Não são, também estes,
pequenos milagres?
Se
bem pensássemos não precisaríamos de grandes milagres para crermos e sermos
totalmente gratos à Providência, uma vez que pequenos, mas imprescindíveis
milagres, são operados em nossa vida cotidiana a todo o tempo, e que nos passam
despercebido. Pena é, que a noite, quando vamos nos recolher e gozar de mais um
milagre que é o sono que repara, revigora e nos permite recomeçar tudo no dia
seguinte, ainda não bendizemos devidamente ao nosso Deus e, muitas vezes, nos
sentimos frustrados e zangados com Ele, por não termos assistido àquele milagre
épico, extraordinário e colossal que mudaria completamente a nossa vida. Nos
recolhemos em nossa ingratidão e mágoa, para no dia seguinte, nos beneficiarmos
novamente daquele rol de pequenos milagres que nos permite viver. E, assim, levamos ao termo a nossa existência
terrena, vendo e sentindo centenas de milhares de pequenos milagres em todos os
dias de nossas vidas, sem os quais esta vida não seria possível e esperando,
decepcionados, aquela manifestação que, provavelmente, nunca assistiremos.
Conclamo-vos
a observarmos os pequenos milagres que se sucedem em nossa vida diária e
observemos todos os outros que se passam a nossa volta, que sejamos
infinitamente gratos ao Criador e deixemos de esperar grandes acontecimentos
para crer e agradecer a onipresença divina. Que tenhamos uma semana de pequenos
milagres e, quem sabe, não sejamos dignos de presenciarmos verdadeiras e
extraordinárias façanhas de nosso Pai e possamos ouvir da boca do Cristo
Redentor: “Felizes são os
que não viram, mas assim mesmo creram!” (Jo 20 – 29).
Publicação da semana (oitava) no blog Dias d’oje (Lisboa – POR) –
Coluna: REFLAXÃO DA SEMANA em 20/1/17.
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